Expõe-se aqui testemunhos de um fértil diálogo intercultural
que ecoou nos meios intelectuais brasileiros devido à presença
de alguns escritores portugueses - na sua maioria, exilados ou
descontentes com a ditadura salazarista - que se transferiram
para o Brasil nas décadas de 1950 e 1960, ou em alguns casos,
ainda na primeira metade do século. Se é oportuno, neste momento
em que já se antecipam e se multiplicam as comemorações dos 500 anos
da descoberta do Brasil, realçar alguns aspectos das relações culturais
luso-brasileiras, então será necessário destacar nomes como Jorge de
Sena, Adolfo Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Carlos Maria de
Araújo, Castro Soromenho, Eduardo Lourenço, Ernesto Manuel de Melo e
Castro, Eudoro de Sousa, Fernando Lemos, Ferreira de Castro, Fidelino
de Figueiredo, Jaime Cortesão, João Sarmento Pimentel, Manuel Rodrigues
Lapa, Sidónio Muralha e Vítor Ramos, que foram interlocutores eloqüentes
desse diálogo intercultural e que, por esta razão, integram os 29 painéis
concebidos pela equipe de Araraquara. |