Fernando Lemos
1926

OBJETIRO

Um instrumento precursor do industrial
design.
Foi dos primeiros objectos seriados
designados pelo
homem.
Espécie prioritária.
Uma bala puxa a outra.
Com aspectos semânticos e morais
definidos.
Faz a guerra e faz a paz.
Ataca e defende.
Proposta de tiro sem impressão digital.
Indispensável no desenvolvimento de
qualquer sociedade.


TÁBUA BIOGRÁFICA

1926 - Nasce em Lisboa.
1950 - Participa da Primeira Exposição Geral de Artes Plásticas - Cartazes, na Sociedade Nacional de Belas Artes.
1952 - Com Vespeira e Fernando Azevedo realiza uma exposição de pintura, desenho e fotografia na Casa Jalco, no Chiado, em Lisboa.
1953 - Publica Teclado Universal nos "Cadernos de Poesia". Fixa residência no Brasil. Expões suas fotografias nos museus de arte moderna de São Paulo e Rio de Janeiro. Após a exposição no Rio de Janeiro, que conta com a apresentação do escritor Manuel Bandeira, Lemos muda-se para São Paulo.
1954 - Representa Portugal na II Bienal de Arte de São Paulo, e recebe o Prêmio de Aquisição "Câmara Portuguesa do Comércio de São Paulo". Faz a montagem da exposição de História de São Paulo no IV Centenário com Manuel Lapa e curadoria do Prof. Jaime Cortesão.
1957 - Na IV Bienal recebe o prêmio "Melhor Desenhista Nacional". Representa o Brasil com desenhos na "Fourth International Exhibition, no Japão.
1959 - Recebe o Prêmio de Aquisição "João A. Dória", na V Bienal.
1963 - Teclado Universal e Outros Poemas. Recebe os prêmios "Melhor Capa de Livro"e "Melhor Apresentação Gráfica"na II Bienal Internacional de Arte Gráfica, de São Paulo, com o livro para crianças Televisão da Bicharada, de Sidônio Muralha. Funda a Editora Giroflé com um grupo de intelectuais brasileiros.
1965 - Na oitava edição da Bienal, participa com uma sala especial. Realiza uma retrospectiva (1953/1965) no Grêmio do Alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
1969 - Com Jorge Bodansky, faz sua única experiência em cinema como diretor de fotografia do longa-metragem Compasso de Espera (1969-1973), dirigido por Antunes Filho.
1977- Participa da coletiva A Fotografia na Arte Moderna Portuguesa, realizada no Centro de Arte Contemporânea, no Porto.
1985 - Cá & Lá, livro que inclui os poemas de Teclado Universal e outros inéditos.
1991 - Desenhumor e O Quadrado Visualterado.
1994 - A Fundação Calouste Gulbenkian promove uma grande retrospectiva de suas fotografias. À Sombra da Luz, no Centro de Arte Moderna. A exposição também se realiza em Aix-en-Provence (1996) e em Toulouse (1998).



nos meus pensamentos sempre
as palavras lutam duas a duas pela verdade

palavras se metem dentro
de outras palavras querendo idéias

sou uma caixa de vários lados
com vários cantos
com duas sombras

uma escura que nasce da clara
outra clara que nasce da escura

a luz cintila e a sombra dorme
a sombra estatela-se e a luz ergue-se

nasce cada palavra dentro de outra palavra

                               FERNANDO LEMOS



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