Jorge de Sena
1919-1978


TÁBUA BIOGRÁFICA

1919 - Nasce em Lisboa, em 2 de novembro.
1936 - Desde pequeno lê muito e, aos 16 anos, sob o impacto de ouvir "La Cathédrale Engloutie", de Debussy, inicia a sua carreira de poeta.
1937 - Entra para a Escola Naval e, como cadete de marinha, em viagem de instrução, passa por Cabo Verde, S. Tomé, Brasil, Angola e Ilhas Canárias.
1938 - Injustamente impedido de seguir a carreira da Marinha, como sempre sonhou, freqüenta o curso de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia do Porto, concluído em 1944.
1940 - No Café "Chave de Ouro", em Lisboa, conhece os jovens poetas dos Cadernos de Poesia (Ruy Cinatti, Tomás Kim), nos quais são impressos, sob o pseudônimo de Teles de Abreu (nomes que eram da família), os seus primeiros poemas a não aparecer em publicações sem repercussão nos meios literários.
1942 - Por cotização entre os diretores dos Cadernos e o autor, é feita a edição do primeiro livro de poemas, Perseguição.
1943 - Já com o próprio nome, inicia, no Diário Popular de Lisboa, a sua vasta e quase ininterrupta produção ensaística.
1945 - Sena começa a exercer a profissão de engenheiro, tendo trabalhado entre 1948 e 1959 como engenheiro na Junta Autónoma das Estradas.
1949 - Casa-se com Mécia de Freitas Lopes.
1959 - Parte para o Brasil, onde permanece por seis anos e tem, pela primeira vez, a oportunidade de dedicar-se integralmente produção literária.
1965 - Parte para os Estados Unidos convidado pela Universidade de Wisconsin, onde leciona inicialmente como "visiting professor" e, a partir de 1967, como "full professor with tenure".
1966 - É eleito acadêmico da Hispanic Society of America, da Modern Language Association e da Rennaissance Society of America.
1970 - Transfere-se para a Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, como catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira e de Literatura Comparada.
1975 - Recebe o prêmio António de Almeida pelo livro Maquiavel e Outros Estudos, publicado no ano anterior.
1977 - É condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique. Recebe, na Sicília, o Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina. A 10 de junho, faz, na Guarda, Com Vergílio Ferreira, o discurso das Comemorações camonianas e das Comunidades Portuguesas.
1978 - Falece em Santa Barbara, Califórnia, em 4 de junho. É condecorado postumamente com a Ordem de Santiago de Espada.





   [...] a sua voz severa e sem complacências, que exige a forma com a mesma força com que rejeita qualquer formalismo, é a meu ver, de entre a de todos os poetas portugueses da sua geração, aquela que mais nos tem a dizer.
ADOLFO CASAIS MONTEIRO




   [...]
   Havia muitos eus, pensantes e sentintes em Jorge de Sena professor, poeta, contista, crítico literário e de artes plásticas, dramaturgo, historiógrafo, ensaísta ... homem pulsante, inquieto, brigão, generoso, buscando conciliar pensamento e sensibilidade numa poesia que, ao beirar inicialmente o surrealismo, alcançou a criação verbal destituída de apoio etimológico e semântico, em proveito da livre sugestividade. Isto sem perder de vista as potencialidades de sarcasmo, sátira e revolta do verso. Há composições suas que parecem escritas em estados de fúria, em protesto contra a mediocridade, a burrice, a hipocrisia, a injustiça, mas ainda nelas observo menos um panfletário em verso do que um ser ferido pelos desregramentos do mundo, um ser que não se adapta e sofre com a falta de autenticidade das fórmulas e dos homens.
   [...]
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


   [...]    Esse engenheiro-poeta é um homem que tem a paixão da história... Mas de que é que ele não tem paixão? Música, artes plásticas, de tudo ele entende, tudo ele estuda, e como tem uma memória de anjo, a sua conversa é repleta de sabedoria e informação.
   [...]
MANUEL BANDEIRA      



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