Paulo Menotti Del Picchia nasceu na capital paulista no dia 20 de março de 1892. Filho do jornalista Luiz Del Picchia e de Corina Del Corso Del Picchia, ambos italianos.
Em 1897, muda-se com a família para Itapira, SP, onde se matricula, três anos depois, no Grupo Escolar “Dr. Júlio Mesquita”. Em 1904 inicia o curso ginasial no “Culto à Ciência”, em Campinas, SP, concluindo-o no Ginásio Diocesano “São José”, em Pouso Alegre, MG.
Retorna à São Paulo, em 1909, e ingressa na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
No início de 1912, casa-se com Francisca da Cunha Rocha Sales e, em dezembro desse mesmo ano, nasce o primeiro filho do casal: Ulpiano. No ano seguinte, Picchia se forma em Direito e estreia na literatura com o livro “Poemas do Vício e da Virtude”.
Em 1914, passa a residir em Itapira, SP, onde trabalha como advogado e dirige o jornal “Diário de Itapira”, é o ano também que nasce o segundo filho, Hélio Celso. No ano seguinte, Picchia funda o jornal “O Grito!” e nasce a filha Wanda Elza. Logo em seguida, em 1916, nasce outra filha, Maria Astyris, e “O Grito!” tem seu nome mudado para “Tribuna Itapirense”. É em Itapira também que escreve os poemas “Moisés” e “Juca Mulato”, publicados em 1917. No ano que segue, nasce mais uma filha, Myriam Semíramis, e Picchia se muda sozinho para São Paulo, mas, como não consegue o lugar que lhe fora prometido no “Correio Paulistano”, se transfere para Santos, onde trabalha como redator-chefe de “A Tribuna”.
Nessa cidade, convive com Ribeiro Couto, Afonso Schmidt, Galeão Coutinho, Vicente de Carvalho, Martins Fontes, Valdomiro Silveira, Paulo Gonçalves e Ibrahim Nobre.
Em 1919, conhece Oswald de Andrade e Mário de Andrade e, junto com o primeiro, “descobre” o escultor Vitor Brecheret. No ano seguinte, retorna à capital paulista, assumindo a direção do jornal “A Gazeta” e se torna redator do “Correio Paulistano”. Com seu irmão José, monta a Independência Filme, empresa cinematográfica que produziu os primeiros filmes falados no Brasil. Ainda em 1920, Picchia instala uma fábrica de relógio para torres de igrejas, funda, com Oswald de Andrade, a revista literária “Papel e Tinta”, publica o terceiro livro de poesia, “Máscaras”, e também seu primeiro romance: “Flama e Argila” (Na 2ª edição, em 1927, Picchia mudaria o título para “A Tragédia de Zilda”, posteriormente, reeditaria o romance com o primeiro título novamente).
Em 1921, sua peça “Suprema Conquista” é encenada no Teatro Municipal de São Paulo e publica os romances “Laís” e “A Suprema Façanha”, além de “O Pão de Moloch”, livro de crônicas.
Menotti foi um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, em 1922, coordenando a segunda noite do evento. Mesmo ano em que nasce a filha Sulamita Célia. No ano seguinte, publica um novo livro de crônicas: “O Nariz de Cleópatra”.
Em 1924, publica um livro de contos, “O Crime Daquela Noite” e cria, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o “Grupo Verde-amarelo”, agremiação política-literária de tendência nacionalista que se opunha ao movimento Pau-brasil de Oswald de Andrade. No ano que segue, publica “Chuva de Pedra” (poesia).
Em 1926, é eleito deputado estadual. No ano seguinte, nasce seu sétimo e último filho, Mário Fúlvio, e publica “Poemas de Amor”, “Por amor ao Brasil” e, em parceria com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, “O Curupira e o Carão”.
Consegue se reeleger no cargo de deputado, em 1928, e publica “Amores de Dulcinéia”, “República dos Estados Unidos do Brasil”, “O Momento Literário Brasileiro” e, em parceria com Alfredo Ellis Jr., “O Tesouro de Cavendish”. No ano seguinte, é eleito para a Academia Paulista de Letras e publica, no “Correio Paulistano”, o “Manifesto do Verde-Amarelismo”, com Plínio Salgado e Cassiano Ricardo.
Em 1930, perde seu mandato de deputado e publica o romance “A República 3000”, posteriormente intitulado “A Filha do Inca”. No ano seguinte, publica “A Crise da Democracia”.
Em 1932, é secretário do governador Pedro de Toledo e participa da revolução Constitucionalista. Nesse mesmo ano, publica o ensaio “A Revolução Paulista” e o romance “A Tormenta” e, convidado por Assis Chateaubriand, trabalha nos jornais “Diário de São Paulo” e “Diário da Noite”, além de dirigir a revista “A Cigarra” e publicar as revistas “São Paulo” e “Nossa Revista”. No ano seguinte, é preso com Chateaubriand pela polícia política de Getúlio Vargas e publica “O Despertar de São Paulo”, “Poesias”, “Pelo Divórcio”, “Viagens de João Peralta e Pé-de-Moleque”, “No País das Formigas” e “Jesus”, poema sacro encenado no Teatro Municipal de São Paulo dois anos depois.
Em 1936, publica “Kalum, o Mistério do Sertão”.
Em 1937, funda, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho, o movimento Bandeira e dirige, ao lado deles, o jornal “Anhanguera”, órgão do movimento. No ano que segue, publica “Kummunká” e, em 1940, “Salomé”, romance com o qual receberia, dois anos depois, o Grande Prêmio da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde, pouco tempo depois (1943), tomaria posse.
Participa em Buenos Aires, em meados de 1947, como delegado brasileiro do Congresso de Escritores e Livreiros da América Latina.
Em 1950, ingressa no Partido Trabalhista Brasileiro e é eleito deputado federal por São Paulo. Na eleição seguinte, quatro anos depois, é reeleito.
Sua peça “A Fronteira” é encenada no Rio de Janeiro por Eva Todor e sua companhia em 1955. Nos próximos três anos, a Livraria Martins Fontes publica as suas “Obras Completas”.
Em 1958, torna-se Primeiro Suplente de Deputado Federal e, dois anos depois, assumiria o cargo. na eleição seguinte, em 1962, concorreria às eleições, mas não se reelegeu, encerrando sua carreira política.
Recebe homenagens no Rio e em São Paulo, em 1959, pela comemoração de seu jubileu literário e publica “Sob o Signo de Polimnia”.
Em 1967, morre sua esposa e, no ano seguinte, casa-se com Antonieta Rudge Miller, com quem viverá até a morte dela em 1974. Ainda em 1968, publica “O Deus sem rosto” e é eleito “Intelectual do Ano” (Prêmio Juca Pato).
Publica, entre 1970 e 1972, a primeira e segunda etapa de “A Longa Viagem” (memórias).
Lança “Entardecer, antologia de prosa e verso”, em 1978. Quatro anos mais tarde, é eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, o quarto e último deste título que pertenceu antes a Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano e, em 1984, recebe o Prêmio Moinho Santista, na categoria Poesia.
Em 1987, é inaugurada em Itapira, SP, a Casa de Menotti Del Picchia. No ano seguinte, Picchia falece em São Paulo, no dia 23 de agosto.
Fontes disponíveis em: (i) http://www.releituras.com/mpicchia_menu.asp; (ii) http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5250; (iii) http://www.casamenotti.com.br/biografia.htm e (iv) http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=523&sid=277. Acesso em 03.09.2013.