Charley Warren Frankie nasceu Karl Werner Francke em Berna, Suíça, no dia 4 de março de 1894, filho de Franz Theodor Walther Francke e Adele Mathilde [?] Binber. Mudou de nome quando desembarcou no Brasil no dia 20 de junho de 1920.
Há poucas informações sobre sua vida na Europa, sabemos, através das cartas que enviou à sua filha Laís, que começou a fazer medicina, mas teve que abandonar o curso quando seu pai morreu; depois, ganhou uma bolsa de estudos do governo para estudar geologia, ciência que conseguiu o bacharelado, e que participou da Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, estabelece-se em Limeira, interior de São Paulo, trabalhando como técnico na “Máquina São Paulo”, indústria especializada em máquinas de beneficiamento de café. Casa-se com Otília Diehl em 7 de novembro de 1925. Com quem teve cinco filhos: Adelaide, Laís, Córa, George e Charley.
Em 1930, logo depois do falecimento do dono da “Máquina São Paulo”, o engenheiro Trajano de Barros Camargo, Frankie pede demissão e se muda para Piracicaba, a pedido da família da esposa, passando a trabalhar como autônomo.
Em 1931, seu diploma de engenheiro geólogo é reconhecido pela Escola Livre de Engenharia do Rio de Janeiro.
Em 1934 conhece Monteiro Lobato e Edson de Carvalho, sócios da Companhia de Petróleo Nacional (CPN), que o convidam para trabalhar na prospecção, seguindo, assim, para Araquá, onde trabalha como técnico responsável pelas perfurações da região.
Com o longo período de ausência de casa, se desentende com a família, se afastando do seu convívio por definitivo. Manteria contato apenas com sua filha Laís com quem trocou correspondência permanentemente.
Entre 1934 e 1935, apontado como especialista, chega a ser procurado pela imprensa para falar sobre a geologia brasileira e as prospecções de petróleo. Em 1935 é publicada, pela Companhia Editora Nacional, a tradução que fez do livro de Essad Bey, "A luta pelo petróleo", prefaciado por Monteiro Lobato.
Entre 1935 e 1936 trabalha nas pesquisas de petróleo em Riacho Doce, Alagoas, e em Picuí, Rio Grande do Norte, como auxiliar topógrafo e geofísico, sendo o representante técnico da ELBOF – Elektrische Bodenforschung, departamento responsável pelas pesquisas sobre a geofísica brasileira da empresa alemã Piepmeyer & Co, parceira da CPN. Nesse período, publica artigos na imprensa sobre a geologia de Alagoas.
Em 1937 – ao lado de Monteiro Lobato, Hilário Freire e J. W. Winter (diretor da ELBOF no Brasil) – participa da formação da AMEP, Aliança Mineração e Petróleo, que se tornaria o departamento de prospecção da CPN, e segue para o Mato Grosso para fazer pesquisas na região.
Em 1940, se desloca para Aquidauana no Mato Grosso do Sul, onde passa a trabalhar, ao lado de Ubaldo Medeiros, na área de construção civil até 1943. Nesse ano se muda para Corumbá e se dedica à topografia da região e em levantamentos geológicos até 1945.
Em 1948 se torna membro interino da 4ª subsede da CBDL – Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (atual SCDL – Segunda Comissão Brasileira Demarcadora de Limites), órgão do Ministério das Relações Exteriores. Inicialmente, trabalha na área de radiotécnica, para, no ano seguinte, ser efetivado como auxiliar técnico. Nessa função, atua, principalmente, na demarcação da fronteira do Brasil com a Bolívia e com o Paraguai, chegando, entretanto, a trabalhar também na região do Acre, demarcando os limites entre o Brasil e o Peru.
Em 1957 se naturaliza brasileiro, sendo efetivado no quadro oficial do Itamaraty como auxiliar de engenheiro, onde se aposentou.
Falece em Corumbá no dia 2 de fevereiro de 1968.