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De tempos imemoráveis, o homem em farrapos é um desclassificado, um posto de lado pela sociedade. Ele é o totalmente sem classe e sem hierarquia, por ser o último, é o homem para o qual todas as portas se fecham. É ele um ser submetido, permanentemente, à dor, à miséria e ao desprezo. O homem em farrapos é o contrário do homem investido de autoridade, o contrário do homem uniformizado e o oposto do homem endurecido pela disciplina. A sua situação, de último dos últimos, lhe concede uma forma de libertação da disciplina hierárquica e, por ser o último, está ele em estado semelhante a um estado anti-hierárquico de começo. DSP, 20/05/1956.