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CEDAE Alexandre Eulalio

Fundo

PAULO DUARTE

Área de identificação
Código de Referência BR UNICAMP IEL/CEDAE PD
Título Paulo Duarte
Data 1899 - 1986
Nível de Descrição Fundo
Dimensão e Suporte 37 metros lineares
Área de contextualização
Nome do Produtor DUARTE, Paulo Alfeu Junqueira Monteiro
História Administrativa/Biografia

Paulo Alfeu Junqueira de Monteiro Duarte nasceu na cidade de São Paulo, em 17 de novembro de 1899, filho de Hermínio de Monteiro Duarte e de Jovina Junqueira Duarte.

Na cidade natal, estudou no Instituto Champagnat, no Ginásio São Bento, no Externato Pereira Barreto e no Externato Alfredo Paulino e, no interior do Estado, no Colégio dos Irmãos Maristas, na cidade de Franca.

Em 1919 ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde se bacharelou em 1924. Ainda em 1919, começou a trabalhar como revisor no jornal “O Estado de São Paulo”. Por essa época destacou-se nos meios acadêmicos como defensor da instituição do voto secreto.

No ano que se formou, apoiou a revolta de caráter tenentista chefiada por Isidoro Dias Lopes e, em 1926, participou da fundação do Partido Democrático de São Paulo, passando a trabalhar no “Diário Nacional”, órgão oficial do novo partido.

Em 1927 passa a fazer parte da redação do “O Estado de São Paulo”, mesmo ano em que publica seus primeiros livros, “Sob as arcadas”, “Agora nós” e “Crônica de um lustro acadêmico”.

Participou da organização da Aliança Liberal em São Paulo, em 1929, apoiando o lançamento da candidatura de Getúlio Vargas. Participou ativamente na campanha eleitoral, percorrendo o Brasil na caravana organizada pelo candidato. Em 1930, derrotados por meios que consideraram fraudulentos, Duarte se engajou nas articulações revolucionárias para impedir a posse do candidato eleito Júlio Prestes. Com a vitória do movimento revolucionário, apoiou o estabelecimento do governo provisório instituído com a posse de Vargas.

Insatisfeito com os rumos que Vargas imprimiu ao governo federal participou das articulações político-militares que resultaram na Revolução Constitucionalista de 1932 e combateu no vale do Paraíba. Consumada a derrota, foi preso e enviado para a Casa de Correção do Rio de Janeiro, onde ficou detido por três meses até ser enviado como exilado para Portugal, fixando, a seguir, residência na França. Desse período resultaram dois livros, “Prisão, exílio e lutas” (1946) e “Palmares pelo avesso” (1947).

Em 1933, com a nomeação de Armando Sales para a interventoria paulista, regressou do exílio e voltou a colaborar no jornal “O Estado de São Paulo”. Nessa mesma época participou, junto com Júlio de Mesquita Filho, da criação e da organização da Universidade de São Paulo (USP), sendo responsável pela escolha de professores franceses para integrar os quadros da universidade.

No ano seguinte, foi escolhido pelo prefeito de São Paulo, Fábio Prado, para ser chefe do seu gabinete. No exercício desse cargo desempenhou importante papel na organização de um programa cultural que levou à criação de um departamento de cultura para o município. Nesse mesmo ano, ingressou no Partido Constitucionalista e foi eleito deputado estadual. No cargo, apresentou projetos que visavam melhorias na área cultural.

Com a instalação do Estado Novo em 1937 perdeu sua cadeira na Assembleia Constituinte estadual, pois, todos os órgãos legislativos do país foram suprimidos.

Em novembro de 1938 enviou uma carta ao ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, denunciando a existência de infiltração nazista no Brasil e, como consequência, foi intimado a deixar o país, viajando, assim, para Paris, onde se tornou correspondente de “O Estado de São Paulo” e, convidado por Paul Rivet, chefiou um dos departamentos de antropologia do Museu do Homem.

Embarcou clandestinamente para o Brasil, em 1939, com o objetivo de apresentar ao ministro da Guerra denúncias sobre os interesses de Hitler na América Latina. Sem os resultados esperados, quase foi preso quando partia para Buenos Aires. Retornou à Paris, mas, permaneceu pouco tempo ali, pois, o país foi ocupado pelas tropas alemãs em junho de 1940.

Transferiu-se para Nova Iorque, onde trabalhou no Museum of Modern Art.

Em 1943 voltou a Paris e reiniciou seu trabalho com Paul Rivet no Museu do Homem.

Com a queda do Estado Novo, regressou ao Brasil em outubro de 1945 como redator-chefe de “O Estado de São Paulo” e como professor na Faculdade de Filosofia da USP. Tentou criar nessa instituição, com o auxílio de Paul Rivet, um Museu do Homem no Brasil.

Em 1948, publica a tradução que fez de “As origens do homem americano” de Rivet e, dois anos depois, lançou a revista "Anhembi" e deixou o cargo de redator-chefe de “O Estado de São Paulo”, entretanto, permaneceu como colaborador do jornal até a década de 1970.

Contrário ao movimento político-militar de 1964, chegou a ser detido sob suspeita de conspiração contra o regime.

Em 1969, com base no AI-5, teve seus direitos políticos cassados e foi aposentado do cargo de professor da USP.

Recebeu o Prêmio Jabuti por duas vezes, em 1976 e 1978, pela publicação de suas memórias.

Faleceu na cidade de São Paulo em 23 de março de 1984.

Além de inúmeros artigos escritos sob o pseudônimo de Alfeu Caniço, de Caniço Filho, de Gabica Diniz e de Tuté Borda, e dos livros citados, publicou ainda “Versos de Trilussa” (1928), “Que é que há?” (1931), “Um conluio moral” (1934), “Contra o vandalismo e o extermínio” (1936), “Contra os donos do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo” (1938), “Variações sobre a gastronomia” (1944), “Língua brasileira” (1942), “O espírito das catedrais” (1958), “O resto não é silêncio...” (1965), “O processo dos rinocerontes” (1969) e “Memórias” (10 volumes, 1974-1980).

História Arquivística

Em fevereiro de 1970, Paulo Duarte escreve ao então Magnífico Reitor da Unicamp, Prof. Dr. Zeferino Vaz, manifestando seu interesse em vender sua biblioteca para a universidade. O Magnífico Reitor solicita uma avaliação do material por uma comissão formada por Antonio Candido e Sérgio Buarque de Holanda (da Universidade de São Paulo), por José de Barros Martins (diretor da Editora Martins) e Rubens Borba de Moraes (da Universidade de Brasília).

A comissão avaliou a biblioteca e a compra foi fechada em agosto de 1970.

Dois meses antes, em reconhecimento ao interesse da Unicamp, Paulo Duarte, em carta, se comprometeu a doar seu arquivo pessoal à Universidade.

Após seu falecimento, o então coordenador do Centro de Informação e Difusão Cultural da Unicamp, CIDIC (atual Arquivo Central do Sistema de Arquivos, Siarq), Prof. Dr. Ataliba T. de Castilho, resgatou o ato de venda da referida biblioteca para a Unicamp, onde constava a proposta de doação do arquivo pessoal de Duarte. Entrou em contato com a família, que, após ampla negociação, transferiu para a Unicamp o arquivo que estava armazenado na Indústria Metal Leve, em poder de José Mindlin, amigo de Paulo Duarte.

Em agosto de 1994, toda a documentação foi transferida do Siarq para o CEDAE.

Procedência Doação recebida pela Unicamp em 29 de abril de 1985 e transferida ao CEDAE em 7 de novembro de 1994.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e Conteúdo A documentação é constituída de correspondência, recortes de jornais e revistas, cartões-postais, fotografias, quadros, gravuras, mapas, gráficos, objetos tridimensionais, acumulada pelo titular enquanto redator de “O Estado de São Paulo”, diretor da revista “Anhembi” e fundador do museu de Pré-História da USP. O fundo contém ainda inúmeros dossiês, que refletem a efervescência cultural e política do Brasil num período que vai do século XIX ao começo dos anos 1980. A documentação aborda várias áreas do conhecimento como bibliografia, história do Brasil, literatura portuguesa, francesa e italiana, etnografia e pré-história, sociologia, história natural, filologia.
Sistema de Arranjo Os documentos encontram-se classificados em: Vida Pessoal (VP); Documentos (DOC); Produção Intelectual (PI); Documentos Especiais de pessoas; Documentos Especiais Temáticos; Dossiê Pré-História Diapositivos, Material Iconográfico e Cartográfico.
Área de condições de acesso e uso
Condições de Acesso Consulta livre.
Condições Reprodução Consultar as normas gerais de reprodução de documentos do CEDAE.
Idioma do Material Predominantemente português, constam documentos em inglês, francês e italiano.
Instrumento de Pesquisa Catálogo do Arquivo Paulo Duarte. Org. Arquivo Central - SIARQ. Campinas, SP: SIARQ, [ s.d].
Área de fontes relacionadas

Galeria de Imagens




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