Cinqüenta anos depois
de sua morte, Monteiro Lobato e sua obra continuam vivos.
Vivíssimos, como diria Emília.
Vivem ambos, tanto na memória
de quem os leu em criança, quanto no exemplo que dão de militância
intelectual irrepreensível. Em seus livros e fora deles, Monteiro
Lobato não deixou de pronunciar-se sobre os temas relevantes de
seu tempo: educação, cidadania, ética , questão
agrária, violência ... tudo tem expressão, quando necessário
indignada e sem papas na língua, na vida e na obra do escritor.
O material aqui exposto - amostra de
Lobato escritor, editor e tradutor- compõe uma das facetas mais
originais deste homem caleidoscópico. Resgata um acervo pouco acessível
e muito importante: livros escolares, histórias infantis, romances
de massa e folhetins, tidos como gêneros menores, só
muito recentemente têm tido reconhecida sua importância na
história da cultura de um povo. Neste contexto, esta exposição
encontra seu objetivo: o acervo de que ela é parte permite ler,
nas capas de livros, nas ilustrações, em tipos de letra e
diferenças de uma edição para outra - em uma palavra,
na materialidade das obras- , a história da literatura, da leitura
e do livro que precisa ser escrita.
Coordenação:
Maria Lajolo
Flávia Carneiro Leão